Audiência pública é realizada em Grão Mogol para discutir mineração

Audiência pública é realizada em Grão Mogol para discutir mineração

 

Cerca de 700 pessoas estiveram presentes em Grão Mogol nesta terça-feira, dia 22. Autoridades, empresários e membros da sociedade civil se reuniram para discutir a implantação do projeto de mineração na região. Com investimento total estimado em R$ 6 bilhões, o projeto prevê implantação de mina, unidade industrial de beneficiamento e mineroduto, sob responsabilidade da Sul Americana de Metais S/A (SAM), do grupo Votorantim, para exploração de minério de ferro nos municípios de Grão Mogol e Padre Carvalho.

As previsões da SAM são de que as atividades se iniciem até o segundo semestre de 2015, com 25 anos de produção nas minas e extração de 25 milhões de toneladas/ano. Há o potencial de geração de 9 mil empregos diretos durante a sua implantação, além de 2 mil empregos diretos e 9 mil indiretos na operação do complexo.

O prefeito de Grão Mogol, Jefferson Figueiredo, se mostrou favorável ao empreendimento devido aos grandes benefícios que deve trazer para a região e pelo caráter sustentável do projeto.

Já para o Secretário Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan), Gil Pereira, o minério pode ser fator para reverter os índices de pobreza desta parte do Estado. Para que o desenvolvimento não traga impacto sócio-ambientais negativos, Gil destacou que o governador Anastasia exigiu grande rigor no licenciamento da obra.

Em função do mineroduto que transportará a produção, foi atendida reivindicação de mais de três décadas: a Barragem do Rio Vacarias. Orçada em R$ 46 milhões, 60% da água disponível será destinada ao transporte do minério, sendo os demais 40% usados de modo sustentável pela comunidade para irrigação, que deve atender cerca de 500 famílias de pequenos agricultores (950 hectares).

O coordenador do encontro, Jorge Luiz Brito, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), falou sobre os estudos técnicos e ambientais que estão sendo feitos para que a empresa possa conhecer detalhes e reflexos do projeto sobre os municípios envolvidos. O órgão está recolhendo subsídios e informações junto à sociedade civil para análises em relação ao empreendimento.

O mineroduto de aproximadamente 482 quilômetros, que vai atravessar 21 municípios: Grão Mogol, Padre Carvalho, Fruta de Leite, Novorizonte, Salinas, Taiobeiras, Curral de Dentro, Berizal, Águas Vermelhas , em Minas Gerais, e Cândido Sales, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Vitória da Conquista, Itambé, Itapetinga, Itaju do Colônia, Itapé, Ibicaraí, Itabuna, Barro Preto e Ilhéus, no Estado da Bahia. Além disso, será implantado terminal portuário no Sul daquele estado, estando prevista ainda construção de adutora de água que insere no projeto o município mineiro de Josenópolis.